Jayuya
Perco-me aí umas dez vezes na Ruta Panorâmica. Perco-me ao ponto de me meter em caminhos que não são estradas. Quando subo estico-me qual girafa para imaginar a descida. Não há mapa possível quando as ruas são números que nem sequer seguem uma sequência lógica. E uma hora transforma-se em seis.
Há montanhas e montanhas e milhares de curvas que fazem a ilha parecer enorme. Tropical, tropical e cheia de galinhas. Galinhas e caminhos inimagináveis.
Quando encontro alguém ouço um espanhol musical cheio de gíria, lento e sorridente, em que um terço das letras se desvanece em expressões. Alguém que não sabe os números das ruas das montanhas, porque geralmente tem medo do mar e se algum dia o viu… foi apenas uma vez para não morrer ignorante.
Passo por cadáveres de carros, dos quais tudo o que era reutilizável foi surripiado e assim fica apenas o esqueleto que ninguém quis recolher. Encontram-se aqui e ali abandonados nas bermas. Não raramente passam carros vermelhos de aparência desportiva, com reggaton aos gritos… obviamente suspiro após uma não colisão.
Chego a Hacienda Gripinas. Sou a única hóspede numa varanda de madeira desta casa colonial. Balanço-me na cadeira de baloiço enterrada no acento de palhinha entrelaçada e converso com lagartos. A estridência da natureza quase não me deixa ouvir-te.
0 Comments:
Post a Comment
<< Home