Mamalapuram
Autocarro e estação de autocarro são duas palavras que me fazem rir... agora. Sento-me rapidamente no meu e espero uma viagem sem perturbações mentais. Mas um pequeno fenómeno começa a preocupar-me. Enche, enche, enche, até não poder mais e eu tenho uma mochila para arrancar daqui para fora a meio do percurso. Acho que tem sido nos autocarros públicos que tenho chegado a conclusão da ausência total de cavalheirismo para com as mulheres. Não as ajudam a subir, não lhes dão o lugar nem que tenham um bebé ao colo. Eu para sair tive que recorrer à minha forca e tentar fingir que não ouvia os insultos das indianas às quais a minha mochila arrastava os Saris.
Mamalapuram... até os monumentos de relevos em pedra poderiam ser bonitos, mas Mamalapuram não é.
A piscina ajuda bastante já que os seres que a habitam o dia todo comigo estão como que num estado de endeusificação.
A praia fica para os passeios matinais já que os seus habitantes são curiosos e não gostam de invasão territorial.
As vacas das redondezas e o único e enorme boi têm 1\3 por sua conta. E não é por elas mas por ele que talvez ninguém discuta esse território.
As sombras são habitadas pelos ciganos, os mais pobres de todos. Homem também só um, como no território anterior, com um cabelo que parece uma rasta só. O das suas mulheres seria igual se não o prendessem com um elástico qualquer. Crianças semi-despidas, desgrenhadas, tipo desenho animado japonês, talvez só penteadas à nascença ou nem isso. O pai cata piolhos à sua prole, cada um dos mais pequenitos aguarda a sua vez para ser liberto desses bicharocos que encontraram ai um lar delicioso. Elas têm os braços cobertos de colares de contas de plástico... para vender a quem arrisca sentar-se na praia.
Sobra um terço de sujidade com uma enorme tartaruga morta.
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