Thursday, November 30, 2006

GANGES


GANGES

Varanasi da para o ganges, o rio sagrado. Do outro lado nao ha nada. Apenas a supersticao de reincanar burro.
O rio e tremendamente poluido, castanho...mas sagrado!
Os Ghats dao para o rio, sao escadarias que dao acesso ao rio, com talvez uma especie de praca antes. Nessas escadas vive-se intensamente. Lavam-se pratos, toma-se banho, reza-se... Cremam-se corpos. Quando as cinzas vao para o Ganges interrompe-se o circuito da reincarnacao e ascende-se a um nivel superior do hinduismo. Talvez seja melhor nao descrever.
De volta ao Ghats onde milhares de miudos tem um dom especial para vender postais. Impressiona-me bastante o facto de nao estarem simplesmente a brincar. Secam-se roupas, reza-se, toma-se banho...os homens apenas. Usam uquela cueca indiana estranha que se ve nos filmes.
O Daniel e cabeleireiro, ingles. Um sitio especial para cortar o cabelo. Ele sentado nos degraus, eu dois degraus abaixo. O meu cabelo que fica por ali, que voa para o rio e se torna sagrado ele tambem.
Tao bonita e Varanasi, tao magica, tao intensa, tao india verdadeira.
Beijo grande
Joana

Wednesday, November 29, 2006

KATMANDU-VARANASI


KATMANDU-VARANASI, 29 NOVEMBRO

Katmadu-Varanasi: vinte e quatro horas em autocarro... 10 mais 12, 2 horas as 7am para a fronteira.
O primeiro autocarro, feito para pigmeus, chamavam-lhe expresso. Surreal foi a musica que comecou no inicio e so parou a uma hora do fim (a noite toda), aos gritos... musica pop nepalesa aos gritos. Paragens de hora a hora e todos queriam sair, os sacos caiam sempre. Uma guerra constante com a inclinacao do banco com um gordo que ia atras de mim... logo esse que estava acompanhado da unica nepalesa a quem eu ajudei a subir o autocarro... para pigmeus mas o primeiro degrau tinha 10 metros. Surreal.
Fronteira, adormeci em cima da mesa. Imigracao Nepalesa, uns metros, imigracao indiana. Autocarro. Horrivel, para anoes... ligeirissimamente melhor. Dois amigos novos, Daniel e Rafael.
Sobrevivemos! O meu objectivo era chegar sem enlouquecer!!!
Varanasi de noite, 2 h de atraso. O caos indiano!!! A Pi levou obviamente o choque cultural que qualquer um leva quando vem a India (Claro que ja lhe passou tambem).
Da ultima vez que vim 2 dias depois estava a fugir de Nova Deli para o Nepal.
Entrada da cidade velha, os quatro, eles achavam que eu sabia o caminho (Varanasi e um labirinto tipo medina marroquina, talvez pior). Encontramos. Estamos em Varanasi em frente ao Ganges. A cidade sagrada mais bonita da India!!!

Tuesday, November 28, 2006

UM VELHINHO EM KATMANDU


UM VELHINHO EM KATMANDU, 28 NOVEMBRO

Ontem fui a um bar... sem sapatos que se tiravam a entrada... almofadas... conheci o Jimmy... um nepales de cabelos brancos e boina jamaicana... muita idade... olhos pequenos sorridentes... um sorriso grande...
katmandu com outros olhos
Jo

Monday, November 27, 2006

KATMANDU 6 ANOS DEPOIS


KATMANDU 6 ANOS DEPOIS, 27 NOVEMBRO

Katmandu 6 anos depois: lembro-me de quase tudo, muitos mais turistas, mais restaurantes, mais hoteis... Ja na altura tinha demasiado disto tudo, mas agora entao nem se fala.
Chegamos de noite porque o previsto era ter ficado na fronteira... mas era tao mau que resolvemos vir directo. Ficamos num hotel ate com bom aspecto mas em frente ao bar que fecha mais tarde de Thamel. Ontem estava la e vi a minha janela!!!
Chegamos imundas e cansadas. Banho, roupa para lavar, e mais compras... muitas compras... tantas que a mochila da Pi esta maior que ela.
Voltei a ver os macacos detestaveis num templo perto daqui.
Serviu para restabelecer forcas e continuar porque Nepal nao esta nos planos. Apesar de tudo gente muito fixe, muito simpaticos.
Hoje ganho coragem para uma viagem que vai demorar mais de 20 horas ate Varanasi -India. Depois nao faco ideia para onde ir. Em principio ficaremos por la uns tempos.
Se alguem tiver ideias em sitios perto de Nova Deli avise sff.
Beijos para todos.

Saturday, November 25, 2006

TSANG



TSANG, 25 NOVEMBRO

Atraves de Tsang, alugamos um jipe e um condutor tibetano conduziu-nos: 2 pneus furados, acabam os quartos com aquecimento, acaba a agua ( “ Shegar no shower”), ficam apenas cozinhas ou salas onde todos se reunem em volta de um fogao de ferro, muito cha aquece a alma, o cheiro e da lenha (bosta de yak) e imprenha-se nas nossas roupas, na nossa pele.
Esta um frio que corta, um ceu tao estrelado como nunca vi... mas nao posso ficar ca fora muito tempo. Montanhas, vales imensos, montanhas amarelas, castanhas, vermelhas, sem arvores. Nao ha arvores. Dunas de areia. Montanas so de rocha. Um ou dois Yaks. As vezes um tibetano que nao se entende de onde vem nem para onde vai.
Montanhas com neve, rios com gelo. Montanhas nao fotografaveis, paisagens não fotografaveis.
Qomolangma (everest) ao longe! Mais montanhas ate ao acampamento base do everest (5200). Ha varios dias pelos 4000 m que nao sinto a altitude. Daqui partiram todas as expedicoes... esta vazio agora. Subo um monte e o vento gelado quase me leva. Aconchego-me nos montes de pedras e bandeiras caratacteristicos dos lugares sagrados. Com a correria esqueci a artilharia de agasalhos. Estou sozinha e tiro uma daquelas auto-fotos em que ficamos sempre mal! Estou mais perto do Ceu do que sempre! La em cima em Qomolangma esta uma tempestade de neve.

Saturday, November 18, 2006

MOSTEIRO DE GANDEN


MOSTEIRO DE GANDEN, 18 NOVEMBRO

Um autocarro para arredores de Lhasa. Uma chinesa que resmunga, um monge de kispo amarelo, um outro de 8 aninhos, um miudo lindo, peregrinos, eu, a Pi, o Alejandro e o Skili, o cao grego.
La em cima o mosteiro, subimos a montanha numa carrinha, todos a monte, o pequeno monge ao meu colo. O mosteiro rodeado de montanhas, acima dos 4000m.
E indescritivel a quantidade de peregrinos.
Entramos e saimos nos pequenos edificios atras deles. Budas, fotografias do 13 Dalai Lama, notas de um Jiao, lencos brancos, velas em manteiga de yak, a propria manteiga uma oferenda. O cheiro da manteiga que eu diria ser o cheiro do Tibete...
Um monge recita as leituras, convida-me a sentar, ali fiquei...
Nas ruelas do mosteiro, mulheres com trancas enormes com pedras coloridas nos cabelos. Monges, muitos monges.
Mais a frente musica... uma vintena de monges recita, tocam aquele tambor enorme, o som e lindo. Nao se incomodam com a nossa passagem.
Sento-me ao sol. Uma familia inteira esta a meu lado, sorriem, dentes de prata. O monge oferece-me tambem a mim cha tibetano. Bebo tudo num gesto de agradecimento. Volta a encher-me a taca... volto a beber... e muito mau, quase intragavel. Oferecem-me comida... umas coisas que provo a medo... escondo o resto no bolso... talvez o Skili goste.
Numa escada estreita o pequenito monge da-me a mao e arrasta-me para cima. Mostra-me umas pinturas la longe nas montanhas. Tira um maco de Jiaos do bolso e da-me alguns. Faco as minhas oferendas. Inclino-me perante o monge mais velho, ele benze-me.
Sentamo-nos ao sol, subimos e descemos escadas, falamos com quem passa. Altares e mais altares de budas repletos de oferendas. O som, dos tambores. O Tibete, um santuario.
Continuamos em Lhasa. Esta cada vez mais frio.
Beijos para todos.

Friday, November 17, 2006

LHASA, UMA CIDADE QUENTE


LHASA, UMA CIDADE QUENTE, 17 NOVEMBRO

Ola
Estamos a morrer de frio.
2 pares de luvas (umas sem deditos), ceroulas, meias grossas ate ao joelho, botas de montanha "Chiruca", dei o meu kispo da Bershka e comprei um com pelo todo XPTO, cachecol, 2 camisolas interiores, uma daquelas de montanha, um polar... e estou a congelar... o email acaba quando deixar de sentir os dedos... que esta quase...Ainda nao arranjamos como sair de Lhasa... perdi o lonely planet...
Numa das agencias de viagens um tibetano pos-me ao telefone com uma senhora... quando lhe perguntei onde estava para ir ter com ela (a conversa telefonica estava dificil...) ela estava em Pequim... era uma tradutora.
Nao ha muitos turistas por ai, epoca baixa e portanto esta dificil dividir um jeep ate aoNepal... se calhar vamos entrar madeira dentro!!!
Esta cada vez mais frio, mas felizes!
Curiosidades:
o sexto dalai lama evadia-se a noite do potala para ir para os bordeis
os Yaks ficam estereis abaixo dos 3000m
cha tibetano: agua a ferver e manteiga de Yak
nao ha fotografias do 14 dalai lama, o actual
Beijos, continuamos a procura de gente para ir para TSANG... se por acaso souberem de alguem avisem...

Thursday, November 16, 2006

LHASA




LHASA, 16 NOVEMBRO

Lhasa, milhoes (nao milhoes... isso ja e imaginacao minha), centenas de peregrinos, ruelas, peregrinos, tudo que e religioso se vende (mais caro para nos), peregrinos, alguns concentrados... muitos vao so na conversa... param para falar comigo... converso em portugues... entendemo-nos... muitos povos pelos chapeus e pelos penteados... trancas de todos os tipos... pedras azuis enroladas nos cabelos...
Potala... enorme... mais bonito que o imaginario... branco e castanho la em cima... montanhas com neve atras... enorme... lindo... entramos la, a sala do Dalai Lama, o terceiro, o quinto, o sexto, o decimo terceiro... e a fotografia ausente do proibido decimo quarto... este sim e indescritivel.
Beijos para todos, obrigada pelos mails.
Ando a contactar papeis deixados nos hoteis para partilhar jeep para o nepal... mas tambem saudades dos que gosto e lembro com carinho.
Beijos Rafael meu querido sobrinho.

Wednesday, November 15, 2006

COMBOIO




COMBOIO, 15 NOVEMBRO

Tinha escrito um mail de 2 paginas foi tudo ao ar...era sobre uma intervencao medica no tal comboio. Vou tentar resumir...
Eu tonta e enjoada, sem saber se preciso oxigenio...e preciso um medico na carruagem 11 (eu estou na 2). Atravesso o comboio arrastada pelo Chefe do comboio. Atravesso a 2 classe (onde estou), a primeira e chego a terceira...outro mundo. Ja nao ha chineses, um povo de pele queimada pelo frio, cabelo negro, criancas ranhosas, monges, sacos, mais gente que bancos, um cheiro indescritivel...eu arrastada, o chefe sempre aos gritos...cheguei a pensar ser uma mulher em trabalho de parto... carruagem 11 finalmente...uma pequena multidao tenta decifrar os meus gestos, ninguem fala ingles...ponho as maos por entre as roupas da mulher para lhe palpar a barriga, a roupa nao se entende onde comeca e acaba, esta cheia de areia...lixo...enfim... volatmos para tras, preciso ir buscar comprimidos...sempre arrastada pelo chefe aos gritos...voltamos para a onze.
Ao passar pela primeira classe um chines com cara de mao tse tung diz falar ingles e quer ver a mulher. eu digo que o medico sou eu e chego a conclusao que o homem mal fala ingles...segue-se uma cena caricata: uma pequena excursao de doidos: o chefe aos gritos agarrado ao meu braco, eu atras a saltar criancas e sacos, o chines gordo de pijama as riscas atras de mim, e a terminar a mulher dele, uma chinesa fragil de tez cala, de pijama branco e pantufas amarelas. Todos rumo a carruagem onze para dar os comrpimidos a senhora...
Tenho que ir mas a historia acaba bem, a senhora ficou bem com ums milagrosos ben u ron e primperam. O chefe esteve a agradecer-me tanto tempo que nao me deixava ir embora...
Hoje em Lhasa, muito frio.

Friday, November 10, 2006

CHENGDU


CHENGDU, 10 NOVEMBRO

Ola caros amigos
Mais uma vez um teclado sem acentos...
Cheguei a Chengdu (capital da provincia de Sichuan na China) dia 9 de Nov.
Primeira tentativa de ir para o tibete: chegamos ao caos da estacao de comboios, uma menina que aranhava algum ingles no servico de informacoes escreveu em chines a meu pedido 2 bilhetes para lhasa... fila dos bilhetes, gracas a um policia passamos meio mundo a frente... e ai a senhora so sabia uma frase em ingles " where is your lhasa invitation?... voltamos para tras...
Em 24h arranjamos o tal "convite", permissao de entrada ou o que lhe queiramchamar... e hoje vamos para a segunda tentativa ja com o pedido todo escritoem chines!
Entretanto a cidade e feia mas estar de ferias torna-a bonita.
A comida e pior do que me lembrava. Muito ma mesmo.
Acho mesmo que hoje vamos conseguir ir nesse comboio do qual ninguem me sabe dar informacoes. No hotel sabem que existe desde Julho deste ano, mais nada.
Na net vi que demora 2 dias. E parece-me ser igual a todos os outros da China. Logo se ve...
Beijos para todos.
Joana