Thursday, July 14, 2011

ISRAEL


Oh Jerusalém.
Assim que chego, mergulho por ti a dentro. Como que ansiosa de te chegar.
Um autocarro cheio de militares (como serão todos daqui para a frente, os autocarros). Miúdos de 20 anos, cheios de estilo com óculos Ray-Ban e mais qualquer coisa que não tem nada a ver com ser-se militar… para além da arma que vai sempre entre eles e a janela como um guarda-chuva incómodo. Tipo saídos de catálogos.

E não só nos autocarros mas por todo o lado.

Mas voltando a Jerusalém… Entre muralhas onde misturaram 3 religiões monoteístas que no fundo são todas iguais… mas lá dentro separaram-nas por quarteirões e deixaram a cada uma o seu local de culto.

Os CATÓLICOS fazem procissões com enormes cruzes de madeira ao longo do caminho que Jesus Cristo fez até à Igreja do Santo Sepulcro. Não abona muito a seu favor este tipo de… culto. No meio de tanta cidade apertada mal se vê a Igreja, que é uma simples porta de um pátio calmo. Lá dentro cantam e têm velas acesas e cheira a incenso de Igreja, do bom. É um semi-escuro lindo e eu diria que me senti como que protegida… talvez pelas vozes ou pela história. Ou pela serenidade das suas paredes…

Ainda não me decidi quando à minha religiosidade mas considero-a mais cristã… até ver.

E agora não sei qual o mais impressionante. Mais diferente quero eu talvez dizer. Deixo esse para o fim talvez…

Então vem o ISLAMISMO. E convenhamos que se evidenciaram… construíram a mais bonita Mesquita que alguma vez vi. Em redor de Al-Aqsa é uma paz imensa outra vez. E nesta Jerusalém castanha cor de barro, quem pode não admirar tal monumento de azulejos azuis turquesa e cúpula dourada? Brilhante como um sol, como um lindo e dominador sol.
Aqui não posso entrar. Nem mostrar os ombros… mas isso não posso em lado nenhum… também não tenho que cobrir a cabeça.

Al-Aqsa vê-se de longe, quando se sobe aos telhados de Jerusalém e do MONTE DAS OLIVEIRAS, cuja escalada sob sol escaldante só compensa mesmo a imagem inigualável da mesquita azul.

E o tal Monte das Oliveiras… esse é imensamente LINDO visto do lado de cá… de Jerusalém. É curioso como em todas as religiões há sempre um sítio onde toda a gente quer morrer… Diria que esta encosta compete bem com o Ganges. É linda pois as Oliveiras são lindas e as despojadas cruzes brancas também o são.

Mas o mais bonito, não sei porquê… talvez porque foi o que sempre mais me causou curiosidade, foi o MURO DAS LAMENTAÇÕES. É só um muro e um pátio que de sereno não tem nada. É uma mistura de turistas a tentarem fotografar Haredins e de Haredins a fugirem de fotografias de turistas. Sempre cheios de pressa por Jerusalém fora, como se tivessem medo de não sei bem o quê. Até os carrinhos de bebés eles empurram cheios de pressa. Tranças a abanar e sapatos pretos velozes.

Mas sim, foi para aqui que vim a correr mal pousei a mochila no Hospício Austríaco, um pequeno oásis na cidade velha… o tal Hospício. E tive que ir mesmo até ao muro e tocar-lhe e tentar perceber… embora não perceba hebraico e muito menos a Tora. Mas fui até lá e toquei-lhe e senti as pedras cheias de papelinhos entre as ranhuras e também deixei um papelinho com alguns dizeres dos quais já não me recordo. Mas deixei e toquei e senti as pedras. Elas quase falam… são QUENTES.

Dias mais tarde deste-me aqui um anel de noivado… sabias que eu adorava o muro… nem eu sei porque razão… adoro o tal muro… talvez por gostar de ver as pessoas a abanar a cabeça contra o muro?!?… Chorei como uma criança e escondi-me no teu ombro envergonhada… e aí sorri.

Jerusalém cansa de tantas ruelas estreitas, de tantas lojas de bugigangas, tantos terços e hamsás e rosários e tudo o resto com Jerusalém inscrito. Mas só cansa se não souberes onde respirar… nos telhados onde o barulho vem de longe. Há umas escadas que quase não se percebem que te levam lá para cima. Onde o céu se vê sem ser numa frincha e o sol nos cumprimenta mas mais uma vez demasiado escaldante.
Jerusalém é lindo. A misturada de religiões (que não se perguntam porque têm os mesmos locais sagrados) só pode ser bonita e é. Intensa. Linda.

São umas horas até BELÉM. Ao longe o imenso muro (que outros muros se destruíram….) que constroem. Um muro imenso. Não tem fim. O autocarro passa perto e entra na Cisjordânia “a partir deste ponto israelitas não podem entrar”. Foi onde Jesus nasceu, numa gruta de uma igreja apinhada de russos e brasileiros. Na Cisjordânia, onde cristãos e muçulmanos vivem em harmonia… mas não com judeus. Onde nos dias de hoje se constrói um muro.

E para TSFAT são muito mais horas. Pois a Galileia fica no norte e longe e nas montanhas.
A terra da Kabbalah e dos Haredim, o povo ridículo das trancinhas. Os que não pagam impostos e invadem as terras dos outros, os que não cumprem serviço militar e não trabalham. Os que supostamente estudam a Torá mas que repudiam os outros pela sua diferença e cuja antipatia torna a sua estranha imagem algo desagradável.

E não misturem a Kabbalah com os Haredim. Tsfat é uma linda terra na montanha onde o Shabat é tão rigoroso que mesmo antes de voltar para casa… custa.

Jerusalém é lindo como seria de esperar. Por ser Jerusalém. Por ser quem é.

Um beijo
Joana

Tuesday, November 09, 2010

Jordânia



Chegamos de noite e a a areia tentou entrar-me nos sapatos. Isto tudo no meu imaginário.
Mas chegamos de noite. Esta parte é verdade.

Era tudo amarelo, sempre amarelo e cheio de areia… como nunca… cheio de areia.
O carro segue sempre… cheio de areia… não o carro mas a paisagem.
E segue… é tudo amarelo…
Areia dos dois lados… ou amarelo dos dois lados.
Deserto… areia… dos dois lados…
Como se nada fosse… Deserto.
E se Jesus Cristo chamasse eu acordaria.
Mas eram miragens de Maomé.
Jerusalém e Belém, lá ao longe.
E mais tarde estavas tu, Salomé…
Impediosa ainda estás.
Mas sou Eu.
É um castelo lindo… ou restos dele… onde João Batista perdeu a cabeça.
E a linda Israel do outro lado.
Somos dois num carro alugado mal estacionado.
Somos dois… e Salomé. Não vai haver novidade. Rodeados de areia ou deserto.

É isto a Jordania. Uma terra amarela onde os muçulmanos têm história cristã e vivem bem com isso. Onde mulheres de cabeça coberta convivem com mulheres de cabeça descoberta. Onde há o direito de escolha.

Mas mais kilometros de estrada amarela. Uns rebanhos de camelos que no Alentejo seriam vacas. Uns desertos que ultrapassam óasis de Oliveiras. Que não querem saber.

E chegamos a Petra, a senhora que manda, imponência a sua, fantasticamente humilde perante predadores de turistas. Não se pode descrever uma cidade do passado esculpida em montanhas… ninguém iria acreditar.
Eu própria mal acreditei quando atravessei o Siq e vi Al Khazneh, tão delicadamente esculpida no fim do desfiladeiro. Olhem em volta e imaginem caravanas de outros tempos.

Mas a Jordânia é um país como outro qualquer. Talvez as Hijab e os jeans se misturem com mais facilidade do que o esperado.

Em época de eleições não há um sinal de trânsito que não esteja escondido por cartazes. Nem sabemos para onde virar.
E se vamos para o deserto é porque tem que ser. Assim como o é o mar morto, azul turquesa que contrasta o amarelo.
Tirar fotografias agarrada a um catálogo de viagens porque é a imagem da praxe. Ou quando te fui buscar água porque decidiste mergulhar no mar morto.

Continuamos no deserto, mergulhamos em Amam. O coliseu, oásis da parte velha e a sua imagem de marca. Onde um homem fotografa mulheres e crianças de uma família… feliz pelo momento.

Ouve-se o Muezzin mas demasiado disperso.

Tuesday, June 01, 2010

Butão


Junho de 2010

Bangkok



Passaram 10 anos desde que vim a Banguecoque.
Khao San mantém-se imutável.
Talvez não haja tanta gente ou fui-me habituando a multidões.
Talvez o contexto politico e o recolher obrigatório tenham mudado o contexto.
A saia que tenho comprei-a aqui... e o casaco também.
Foi daqui que fiz as minhas primeiras viagens sozinha e onde aprendi a ser amiga das baratas.
Todos os cantos são historias com o Paulo e a Ana e a Rita e o Rui.
Estou cheia de memorias. Cheia de néons...
A transpirar as 8pm, de chinelos sem me preocupar com o chão... de férias.
Chegam os carrinhos de comida e fecham as lojas que vendem tudo.
Começam aguaceiros.

São 4am e vamos para o Butão.

Thimphu



O avião desce entre as montanhas e os campos de arroz reflectem a água lá em baixo.
Estamos quase lá!
As mulheres usam Kiras e os homens Ghos o que nos transporta para outros tempos... e as casas são todas iguais, brancas ou amarelas com as janelas adornadas de pinturas. Nos primeiros minutos já me apaixonei pelo Butão.

Chegamos a Thimphu, a capital. O único cinema do país. A estacão de camionetas mais bonita do Mundo. Televisão desde 2000. Proibido vender tabaco.
Tudo é lindo nesta terra que parece um paraíso fechado numa redoma de vidro.
Torna-se difícil descreve-lo.

O Dzong é enorme e lindo. Nos pátios não se houve vivalma só a natureza, só montanhas enormes. As flores têm cheiro que se mistura com o incenso do mosteiro. Ao longe as cantorias dos monges. Paredes pintadas com deuses bonitos. Estatuas enormes cheias de doações.

Trongsa



São 7 horas de curvas pela estrada principal. Curvas e montanhas. Bandeiras budistas por todo o lado, especialmente nos picos das montanhas.
Passamos por 108 stupas, por pouquíssimas aldeias, por mais bandeiras budistas, sempre a contornar as montanhas.
Esta enevoado e ao longe vê-se o Dzong de Trongsa... imponente, pendurado numa montanha.
Noutros tempos era preciso descer a montanha, atravessar o rio, subir a outra montanha e atravessar o Dzong para ir para leste.
Estamos acima das nuvens e são só lendas e crenças vivas.
Sinto-me uma miúda pequena que entrou dentro de uma historia.

Bumthang



Andamos de templo em templo.
Benzidos de templo em templo e a água a beber sabe a bolor... mas é sagrada.
Um monge oferece-nos uma Kata.
Estamos no funeral de um Lama.
Na câmara central estão os monges vestidos de vermelho escuro, com tambores e cornetas compridas.
Lêem o livro tibetano da morte em tibetano clássico.
É um som que nos hipnotiza tal a sua beleza.
As oferendas estão em taças enormes, pacotes de bolachas de todas as cores, Coca-Cola, óleo, batatas fritas, pão, um verdadeiro supermercado.
Cá fora os peregrinos rodam vezes sem conta as rodas de Dharma.
Parecem ter todos 108 anos ou muitos mais.
Paira um cheiro a incenso e a templo antigo.

Punaka



Estamos perto de Punaka e naquela colina está um mosteiro.
E naquele mosteiro, o templo da fertilidade.
São campos de arroz e miudagem enlameada, os caminhos.
É fim de tarde.
O sol abre uma frincha e ilumina os alguns monges que estão no jardim. Torna-os mais bonitos ainda.
Beleza magica essa de se vestirem de vermelho que algum sentido terá.
Dois mais miúdos, monges também, esticam-se para espreitar pela janela que da para a sala de alguém que tem televisão.
E muito mais miúdos, no máximo com 4 anos, estudam numa sala barulhenta... ou brincam.
Nós somos benzidos mais uma vez.

O Dzong esta entre dois rios, deserto pois é um dia em que não esta ninguém.
Só os enormes quatro protectores dos pontos cardeais. Começo a decorar-lhes as cores... e os objectos.
Os monges, miúdos, oferecem-nos ameixas que parecem uvas.

Paro



Fica a 900 metros de altura numa parede de pedra... o mosteiro.
Sobe-se aí umas duas horas ou talvez mais.
No fim é um rodopiar de escadas que alguém inventou.
As montanhas enormes.
Uma cerimónia ocorre por acaso.
Sentamo-nos encantados pelos dizeres e pelos tambores e pela envolvência.
O Lama atende o telemóvel.
Sorrimos à modernidade.

Deixamos o País do Dragão, Aquele que fica para além do Tibete.
Pela primeira vez experimentei Paan e cuspi vermelho.

Had Thien



Mas não é tudo...
Saímos de Banguecoque de camioneta e apanhamos um barco grande e depois uma carrinha e depois um barco pequeno e pés na areia numa praia de uma ilha muitas (mesmo muitas) horas depois.
As suficientes para poder dizer que a pequena baia é um paraíso.
Bungalows empoleirados em árvores.
Uma rede na varanda.
Mar quente.
Sumos de lima e gengibre.
E então sim, é quase tudo.

Ko Samui




X2 Samui

http://www.x2resorts.com/samui/

Sunday, December 06, 2009

Sri Lanka

Ella



Umas horas valentes de comboio.
Entrar... e ver quem empurra com mais força e quem corre mais depressa para um lugar a janela. A idade não interessa desde que fiquei entalada entre uma senhora de saree e uma muçulmana vestida de preto dos pés a cabeça... elas ganharam... só porque tive medo de lhes calcar as roupas.
E é lento... o comboio... nada de especial, bancos e janelas... gente que vai para algum lado. Três senhoras de idade respeitável que cospem o betel em cada estação. os campos de arroz que são em muito ultrapassados pelas plantações de chá. eu debruço-me e divido a janela com uma miúda de 6 anos e trancas cor de rosa.
são intermináveis, as plantações, e aqui ou ali distinguem-se pontos coloridos... as apanhadoras do chá com enormes cestos de folhas. e esta imagem, a do chá e dos pontos coloridos... dura mais de 5 horas.
Chego a Ella, uma terra de 300m de rua perdida algures nas montanhas centrais. Há uma réstia de luz que sobrevive a tempestade, alaranjada e na direcção oposta 2 monges surgem da escuridão das nuvens de vestes demasiado laranjas... quase como novas.
E passa um cão... e não acontece mais nada.
São montanhas imensas, lindas. Sinto-me imensamente pequena e que o Mundo e imensamente grande. Atrevo-me a subi-la como não poderia ser de outra forma... mas ingenuamente de chinelos. Sobrevivi coberta de lama, sem perceber bem o que me faz subir... Cheguei a gruta onde o Rei de Lanka prendeu Sita!
Tudo e longe de tudo e para isso apareceu-me o Dharma e o seu tuc tuc que me leva a todo o lado. Chama-me "Joana Madame" e fez-me esperar mais do que muitos minutos para deixar que uma minhoca gigantesca atravessasse a rua.
A Mali deita-se aos meus pés e eu absorvo mais montanhas de uma das varandas mais bonitas onde alguma vez estive.
Não acontece muita coisa por aqui. E quase um fim do Mundo

Kataragama



Tudo são terras de estrada depois de Ella. Deixaram de existir plantações de chá e reinam os campos de arroz e os pássaros brancos de pernas longas que voam com elas esticadinhas para trás.

A beira da estrada, num lamaçal imenso, param carrinhas e carripanas cheias de cinaleses vindos de todos os cantos, todos de branco.
Mesmo em frente, as barracas que vendem os cestos de fruta para o Puja. São varias filas de barracas destas, misturadas com as que vendem brinquedos de plástico do século passado, tudo com uma musica Kusturika-like que vem das árvores mais próximas e que nos transporta para um cenário de um Senhor de Matosinhos de há muitos, muitos anos… mesmo antes de sermos nascidos.

Atravesso a ponte e não lá muito em baixo, no Menik Ganga, lavam-se os peregrinos... um rio castanho e inerte... demasiado inerte.
E um jardim repleto de gente pobre, extremamente pobre, crianças que me agarram e pedintes e mais pedintes, velhos que se agarram a um pau para dar dois passos e deficientes e crianças por ai. Fecho os olhos e aperto-os com força.

É domingo. As pessoas misturam-se com cabras e calor e vacas... e eu... mas o espaço e amplo. E um quadrado que rodeia uma árvore Budhi, uma Ficus religiosa, onde Budha sentiu a iluminação.

Pelo caminho compro flores, incenso e velas para o templo de Buda. Um Dagoba branco enorme com imagens neo-kitch de Buda. Não lhe peço coisas difíceis pois estou rodeada de centenas de mais necessitados do que eu...

Ainda falta uma hora para o Puja e as famílias andam por ai. Os ricos de folhos e lantejoulas... os mais pobres com o que tem. Todos com o seu cestinho de fruta, assim como eu!

Tocam os sinos e ponho-me na fila. Meia desorientada sem saber o que vai acontecer... mas mantenho-me firme e entalada entre os peregrinos.

Uma hora e meia passa e não andei nem um passo. Escorre suor das minhas costas a uma velocidade superior a que a minha camisa aguentará. Mas não desisto. Há mulheres de muita idade de branco e de cabelo branco, muito bonitas, e mulheres com filhos pequenos. Entro numa espécie de letargia para não pensar que estou aqui, para não cair ou para não desistir... ou para simplesmente não pensar.

De repente e tudo muito rápido. A fila acorda e mexe-se e entro no minúsculo templo onde sou surpreendida por uma imagem de Skanda, o Deus hindu irmão de Ganesh. Entrego o meu cesto que recebo de volta... sem contar... benzem-me e estendo as mãos para beber a agua que vertem.
Quando saio, como a fruta e ofereço-a a quem lá não esteve.

Aqui é Kataragama, onde se rezam religiões.

Unawatuna



Numa viagem imensa de tuctuc, onde ate consegui adormecer, vou atravessando os campos e passando pelos imensos altares com Budas excessivamente coloridos dispersos por aí.
Como milho cozido e mangas e tomates que se vendem em barracas dispersas por nenhures.
Compro o meu peso ao homem sentado junto a uma balança de casa de banho e passo por outro que escreveu "car wash" numa pedra junto a uma cascata.
Tentei comprar Gotu Kola que se segundo ouvi dizer abunda por ai. Varias tentativas levaram-me sempre a coca cola. Mas acabo por encontra-lo na banca de uma senhora sorridente que vende todo o tipo de salsas, coentros e derivados. Não me parece possível levar um ramo de ervas para casa...

Em Unawatuna fico numa casa colonial holandesa muito bonita e bem preservada, a escassos metros da praia que um dia viu um tsunami.
Os fins de tarde são lindos. O sol põe-se por trás de um enorme Dagoba branco que desponta da floresta num dos extremos da baía.
Um bando de miúdas com uniformes da escola imaculadamente brancos saltita na agua... devem ter os seus 14 anos mas já ãao usam as enormes tranças até à cintura das meninas das montanhas.

Tive que aprender a conviver em harmonia com os mosquitos e com uma população enorme de cães vadios. A parte desse pequeno pormenor, a água é quente e passo os dias a beber sumos de fruta. É um outra vez nada acontece.

Aprendi a fazer pó de caril e leite de coco, mas é difícil explicar que do planeta de onde venho não há cocos.