SANTIAGO DE CUBA

Santiago, terra da musica. Um calor indescritivel que fez partir mais cedo.
As casas so teem 1 andar e os festejos das 'Abispas' andam pelas ruas ate altas horas da noite.
Eu ando por ai a derreter e a sentir o calor, agua que me escorre, e mesmo agora que ando pela sombra.
Cuca, a negra, e onde estou. Tem um patio delicioso com cadeiras de ferro branco so para mim.
Houve'se musica em cada esquina e todos vivem nas soleiras das portas.
A maquina fotografica tornou'se demasiado pesada.
Vou com Carlos, o professor universitario, ate a praia, com mais medo do que ele das barreiras da policia, e vizinho de Yadira, a do perfume patcholi.
O mar e magico como sempre que se tem calor. Fatos de banho de outra epoca e uma negra em banhos de sol com oculos de mergulho.
A Cuca toma conta de mim e cozinha demasiado bem.
Tenho a chave de casa e ja nao me perco.
Miraldes falou'me de Fidel como ninguem, sentamo'nos horas da conversa e talvez agora entenda algo de Cuba. Deu'me uma moeda com a cara de Che.
Chega uma velha que me pede para lhe acender um charuto que ja so tem 2 cm. Duas bafuradas na minha cara e vai'se feliz.
Entre conversas lentas, porque todos falam muito devagar, perco'me por ai.
Encontro Yadira e andamos tambem devagar.
Estamos no Oriente como lhe chamam em La Habana. Os palestinos!
A mim espera'me um fim de tarde de serenidade como nunca esperimentei.
Um beijo
Joana

COMBOIO La Habana-Santiago

Sao 17h30 quando me despeco de Yonaisis e de Laura. Calle Luz acima ate a estacao,de mochila, porque embora tenha andado sempre de bicitaxi, hoje alguem decidiu que e proibido aos turistas.
17h50 chego ao caos instalado ou ferrocarriles de cuba. Sem saber bem como apercebo'me que e preciso confirmar o bilhete e descobrir a linha. Ha um comboio para Guantanamo 3 horas atrasado e eu comeco a ficar algo assustada.
Nas televisoes em vez de aparecerem as linhas esta a dar a pequena sereia.
Sem opcoes, vou perguntando um a um quem vai para santiago, ate encontrar uma velha ao pe da qual me sento. As linhas sao anunciadas por uma voz estridente e imperceptivel. Agora sento'me e relaxo dado ter uma santa ao pe de mim.
Nao se vende comida em lado nenhum. Sou eu, 3 aguas e 4 sumos para 14 horas ou sabe'se la quantas.
Sao 19h quando tudo se levanta e corre para uma portinhola metalica na linha 3. Eu esmagada la no meio vejo muitos voltarem para tras por nao terem a confirmacao do bilhete. Menina esperta eu!
Encontro o comboio e aqui tudo normaliza, encontro o meu lugar a janela e suspiro de alivio.
Sao lugares sentados e com ar condicionado que funcionou ate as 8h do dia seguinte. Um dia antes tinha perguntado por carruagem cama...'estas en cuba mi amor!'
Outra vez uma gritaria, um homem berra pela galega, sua mulher que perdeu no meio do caos, milhares de sacos. Uma vem de rolos na cabeca para chegar bonita ao seu destino. Vem uma gordita pedir'me para lhe apertar o soutien que se despertou quando subiu as escadas.
Sou eu a turista do comboio, e com oculos escuros e maquina fotografica nao engano ninguem.
Abro a mesa e tenho que meio enojada enxotar 2 baratas. Ha comboios em cuba mesmo antes de os haver em espanha...
E fim da tarde e a saida da estacao mais parece um cemiterio de comboios.
Mas Havana e linda ao entardecer.
Cheguei a Santiago as 11h do dia seguinte depois de conhecer quase toda a carruagem e de dormir 12 horas. Tinha Maria del Carmen a minha espera com um papel com o meu nome bem escrito.
Beijos
Joana

LA HABANA

Ola, outra vez sem acentos.
Cheguei a Havana dia 25 tarde na noite e nao resisti a perder'me nas ruelas da cidade velha. As casas sao lindas, as ruas tambem e os carros e as gentes de La Habana.
A minha casa, ou meu quarto na casa da Yonaisis, era um quarto enorme numa casa colonial linda, um pouco afastada talvez mas perto da vida de rua cubana.
Mal cheguei estava Laurita de 3 anos a ver'me desembrulhar a mochila.
Andei no dia dos meus anos ate ter feridas nos pes sem sequer as sentir, ouvir musica em cada esquina e falar a cada passo.
Mas nesse dia seguinte dos meus 34 anos aconteceram tantas coisas que seria dificil descrever.
Entre passeios e fotografias vejo'me metida numa manifestacao de vitoria das Vestas de Santiago contra os Leoes de Havana na final do campeonato nacional de baseball. Desfilam pelas ruelas aos gritos e a cantar, ha quem atire agua pela janela... mas resfresca. Eu ando la no meio feliz e e onde conheco Israel, com as maos em sangue de tanto tocar tambor ha horas.
E perdida dessa manifestacao conheci o ex'coronel Miguel, fa de Castro, na praca da La Revolucion onde tantas vezes Fidel tera falado para milhoes de pessoas... agora vazia como Tianamen tambem estava, mas com uma forca que se sente de tempos passados. Ele tinha um ford antigo vermelho lindo que eu fotografei... e queimei ao abrir a maquina sem rebobinar o rolo.
Tive que dar dois beijos a um velho, muito velho que me escreveu um poema sem me pedir nada em troca quando estava sentada na beira da rua. Quase chorei emocionada quando o li.
Ao fim da tarde atravessamos o Malecon, eu e os meus amigos estrangeiros que nao falam espanhol e que conheci no aeroporto, com encontro combinado para o fim da tarde deste dia .
O Malecon e o passeio a beira mar, daqui tem'se a imagem que todos conhecemos de Cuba e um por do sol relaxante a parte de tanta musica.
Vagueamos por ai ja sem a sede de conhecer mas a com vontade de viver o momento.
Nessa noite cheguei tarde e abandonei'me ao sofa na conversa com Yonaisis.
Quando me deitei senti que um dia enorme tinha passado.
Um beijo
Joana

CUBA

E em breve Budha-Ganesh se transforma em Che Guevara e percorre o mundo de Fidel.