Tuesday, June 01, 2010
Bangkok
Passaram 10 anos desde que vim a Banguecoque.
Khao San mantém-se imutável.
Talvez não haja tanta gente ou fui-me habituando a multidões.
Talvez o contexto politico e o recolher obrigatório tenham mudado o contexto.
A saia que tenho comprei-a aqui... e o casaco também.
Foi daqui que fiz as minhas primeiras viagens sozinha e onde aprendi a ser amiga das baratas.
Todos os cantos são historias com o Paulo e a Ana e a Rita e o Rui.
Estou cheia de memorias. Cheia de néons...
A transpirar as 8pm, de chinelos sem me preocupar com o chão... de férias.
Chegam os carrinhos de comida e fecham as lojas que vendem tudo.
Começam aguaceiros.
São 4am e vamos para o Butão.
Thimphu
O avião desce entre as montanhas e os campos de arroz reflectem a água lá em baixo.
Estamos quase lá!
As mulheres usam Kiras e os homens Ghos o que nos transporta para outros tempos... e as casas são todas iguais, brancas ou amarelas com as janelas adornadas de pinturas. Nos primeiros minutos já me apaixonei pelo Butão.
Chegamos a Thimphu, a capital. O único cinema do país. A estacão de camionetas mais bonita do Mundo. Televisão desde 2000. Proibido vender tabaco.
Tudo é lindo nesta terra que parece um paraíso fechado numa redoma de vidro.
Torna-se difícil descreve-lo.
O Dzong é enorme e lindo. Nos pátios não se houve vivalma só a natureza, só montanhas enormes. As flores têm cheiro que se mistura com o incenso do mosteiro. Ao longe as cantorias dos monges. Paredes pintadas com deuses bonitos. Estatuas enormes cheias de doações.
Trongsa
São 7 horas de curvas pela estrada principal. Curvas e montanhas. Bandeiras budistas por todo o lado, especialmente nos picos das montanhas.
Passamos por 108 stupas, por pouquíssimas aldeias, por mais bandeiras budistas, sempre a contornar as montanhas.
Esta enevoado e ao longe vê-se o Dzong de Trongsa... imponente, pendurado numa montanha.
Noutros tempos era preciso descer a montanha, atravessar o rio, subir a outra montanha e atravessar o Dzong para ir para leste.
Estamos acima das nuvens e são só lendas e crenças vivas.
Sinto-me uma miúda pequena que entrou dentro de uma historia.
Bumthang
Andamos de templo em templo.
Benzidos de templo em templo e a água a beber sabe a bolor... mas é sagrada.
Um monge oferece-nos uma Kata.
Estamos no funeral de um Lama.
Na câmara central estão os monges vestidos de vermelho escuro, com tambores e cornetas compridas.
Lêem o livro tibetano da morte em tibetano clássico.
É um som que nos hipnotiza tal a sua beleza.
As oferendas estão em taças enormes, pacotes de bolachas de todas as cores, Coca-Cola, óleo, batatas fritas, pão, um verdadeiro supermercado.
Cá fora os peregrinos rodam vezes sem conta as rodas de Dharma.
Parecem ter todos 108 anos ou muitos mais.
Paira um cheiro a incenso e a templo antigo.
Punaka
Estamos perto de Punaka e naquela colina está um mosteiro.
E naquele mosteiro, o templo da fertilidade.
São campos de arroz e miudagem enlameada, os caminhos.
É fim de tarde.
O sol abre uma frincha e ilumina os alguns monges que estão no jardim. Torna-os mais bonitos ainda.
Beleza magica essa de se vestirem de vermelho que algum sentido terá.
Dois mais miúdos, monges também, esticam-se para espreitar pela janela que da para a sala de alguém que tem televisão.
E muito mais miúdos, no máximo com 4 anos, estudam numa sala barulhenta... ou brincam.
Nós somos benzidos mais uma vez.
O Dzong esta entre dois rios, deserto pois é um dia em que não esta ninguém.
Só os enormes quatro protectores dos pontos cardeais. Começo a decorar-lhes as cores... e os objectos.
Os monges, miúdos, oferecem-nos ameixas que parecem uvas.
Paro
Fica a 900 metros de altura numa parede de pedra... o mosteiro.
Sobe-se aí umas duas horas ou talvez mais.
No fim é um rodopiar de escadas que alguém inventou.
As montanhas enormes.
Uma cerimónia ocorre por acaso.
Sentamo-nos encantados pelos dizeres e pelos tambores e pela envolvência.
O Lama atende o telemóvel.
Sorrimos à modernidade.
Deixamos o País do Dragão, Aquele que fica para além do Tibete.
Pela primeira vez experimentei Paan e cuspi vermelho.
Had Thien
Mas não é tudo...
Saímos de Banguecoque de camioneta e apanhamos um barco grande e depois uma carrinha e depois um barco pequeno e pés na areia numa praia de uma ilha muitas (mesmo muitas) horas depois.
As suficientes para poder dizer que a pequena baia é um paraíso.
Bungalows empoleirados em árvores.
Uma rede na varanda.
Mar quente.
Sumos de lima e gengibre.
E então sim, é quase tudo.