DEKSO (JAVA)
Ja nem sei bem onde fiquei... os dias sao grandes e nos instantes em que tudo parece banal tudo se transforma.
Estou a passear-me pelo centro onde tantos dias depois em Yogya ainda nao tinha ido e ouco, `Zuana`... era o Ari e estou atrasada para a pesca.
Passamos em casa da mae dele onde tenho que engolir umas coisas duvidosas e segurar num dos muitos sobrinhos que berra incessantemente.
O cunhado empresta-me uma capa toda rota e pouco depois ele e o Indio preparam as canas de pesca e as minhocas nojentas... aviso logo que nao vou pendurar nenhuma no meu anzol.
Chuvada fora de mota e campos de arroz a perder de vista, provavelmente dos sitios mais bonitos que ja vi... pagam-me tudo... almoco, agua, cha, o que for... nao e normal este tipo de hospitalidade na Asia.
E cheia de pena de nao poder parar porque chove, continuamos e entramos na selva tropical.
Depois de muitas coisas que nao da para tudo sao 5h30 e chegamos ao rio.
Uma paisagem linda e nao esta escuro demais. Tres canas de pesca, tres capas de chuva, dois de capacete e eu de guarda chuva amarelo Made in South Corea... gozam-me ate eu ter que o fechar e pegar no meu capacete. A minhoca a entar anzol a dentro arrepia-me um bocado, mas eles fazem-no em segundos. A espera sem esperar... enquanto neste fim do mundo se ouvem milhares de animais que cantam e que se tentam sobrepor a vida do riacho e mesmo aqui se ouve ao longe uma mesquita. Pirilampos, imensos pirilampos.
O Indio grita e ri-se como um louco... ate agora so o Ari tinha pescado 3 peixes-gato cheios de picos a sairem-lhes pela cabeca. Eu corro para ver melhor o que se passa e a enorme enguia quase me acerta em pleno voo para terra.
Ele esta feliz como uma crianca e ri-se tanto que me contagia.
Eu so consegui pescar 2 caranguejos que nao servem para nada... so para comer o verme nojento... o que chateia um bocado o Ari... mas eu nao tenho culpa... estou tao sossegadinha quanto eles!
Dois rios depois, paramos para comer numa aldeia numas esteiras na berma da estrada... eu nunca tenho sequer opcao no que vou comer... e quando chegamos por volta da meia noite ficamos como habitualmente na conversa na ruela Gang I.
Ai comeca o meu receio... o Indio abre os peixes ainda vivos e esquarteja a enorme enguia ali mesmo no chao. Fujo para dentro quando ele chega com os pedacos a sorrir para mim e a dizer-me que sou a especial convidada de tal iguaria.
A cozinha... ate passo a frente tal descricao...
E ja nao ha cerimonias... esta nao e uma casa de familia... posso e afirmo que nao quero comer a enguia.
Como a enguia e um peixe gato e nao tenho outro remedio.
Beijos
Joana
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